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O ecoturismo exige ética na sua comercialização

Editoria: Vininha F. Carvalho 10/02/2011

O turismo, é o setor econômico, que cada dia mais depende dos valores morais e éticos para sobreviver. A preocupação com respeito ao meio ambiente e a segurança dos turistas é fundamental para o fortalecimento desta importante atividade.

A industrialização e a urbanização, trouxeram para a sociedade a poluição ambiental, que desencadeou uma série de discussões, para impedir que isto propiciasse a destruição do patrimônio natural.

O grande perigo atual, é ver no turismo o remédio para todos os males que afligem os municípios e, desenvolve-lo sem um planejamento, organização e fiscalização. A responsabilidade sobre a manutenção da qualidade dos serviços prestados e dos destinos turísticos é de todos, mas é preciso saber exigir ações coerentes junto aos poderes públicos.

O turismo responsável, é aquele capaz de respeitar as características dos destinos trabalhados, sem transformar as comunidades visitadas em satélites desgarrados da cultura urbana, é necessário impedir a destruição da beleza da paisagem, onde elas estão instaladas, ou a interferência no funcionamento dos meios de hospedagem por amadores, ou seja locais fora do padrão estipulado pelo Ministério do Turismo.

Os impactos ambientais mínimos precisam ser valorizados, mantendo-se distantes tudo que possa impedir que o turismo responsável consiga se estabelecer, desenvolver e crescer de maneira profissional.

A cadeia produtiva do turismo é regida por regulamentos e critérios que permitem oferecer qualidade e segurança nos serviços prestados, visando atingir a excelência no atendimento.

Desde 1998 existe a classificação hoteleira. Atualmente está vigente a deliberação normativa no.429/02, que aprovou o Regulamento Geral dos Meios de Hospedagem e o Sistema Oficial de Classificação Hoteleira.

Em 2005, o Decreto 5406 criou o cadastro nacional , que permite ao Ministério do Turismo identificar todos os prestadores de serviço.

A Lei 8078/90 ( artigo 37) define como propaganda enganosa qualquer modalidade que induza o turista a erro, tanto no que diz respeito a natureza , características, qualidade , quantidade, propriedades, origem e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

A definição de publicidade enganosa é bastante ampla , podendo ser flexível em casos distintos, como por exemplo oferecer hospedagem em locais que não atendam as condições exigidas pelas leis que regem os meios de hospedagem.

O contrato de hospedagem é caracterizado com um contrato de adesão, onde as claúsulas deverão ser bem claras e objetivas, sendo favoráveis ao aderente, por isto, o que está incluso nos meios de hospedagem, nos valores contratados e as regras para reembolso e desistência , devem estar em conformidade com o estipulado com a lei vigente no código do consumidor.

Hospedagems só podem ser divulgadas nos meios de comunicação, incluindo sites na internet, se oferecerem este requisitos , caso contrário é uma prática que contraria o Direito do Turismo.

O turismo é uma atividade que busca valorizar as premissas ambientais, sociais, culturais e econômicas conhecidas de todos nós, e inclui a interpretação ambiental como um fator importante durante a experiência turística.

Os roteiros são elaborados através das Agências de Viagens, onde os consumidores irão desfrutar dos serviços de hotelaria, gastronomia, condutores, transportes, equipamentos, etc.todos oferecidos por profissionais devidamente habilitados para atuarem neste mercado.

Como uma indústria, esta atividade é composta de vários sócios proprietários.Esta sociedade é composta pelos investidores, governo e comunidade. Neste caso, os sócios dividem a presidência, mantendo a interligação , mas com funções muito bem definidas .

A Prefeitura, como sócia , cabe a infra-estrutura através de suas Secretarias Municipais, tendo como umas prioridades do município controle do saneamento e destinação de resíduos. A Secretaria de Turismo deve ser vista como o cartão de visitas do município, preocupada com a aparência do local, pois, um município sem infra estrutura, saneamento e destinação de resíduos afugentam os turistas, impedindo o desenvolvimento sustentável, além de interferir diretamente na qualidade de vida da comunidade local e criar até mesmo uma “nódoa” na imagem do turismo regional.

Os novos projetos a serem implantados deverão ser bem embasados , dentro de uma política integrada que aproxime o desenvolvimento do turismo aos objetivos de sustentabilidade social, econômica e ambiental.

A falta de uma política clara para o desenvolvimento do setor, aliada à forma desorganizada e, muitas vezes, irresponsável com que algumas pessoas tem praticado o turismo, tem sido motivo de grandes preocupações para os profissionais sérios envolvidos nesta “industria sem chaminés”.

Por meros desejos políticos, são admitidas pessoas sem nenhum conhecimento técnico, permitindo que o turismo se transforme numa verdadeira “poluição social”, e não uma solução para a crise econômica do munícipio.

É preciso que reflitamos sempre sobre o papel do turismo como forma de amadurecimento do indivíduo, que deverá ser capaz de respeitar a outra comunidade, com seus valores culturais, os lares precisam ser respeitados. È a construção do turismo, pela cidadania, é a ética no turismo.

O ecoturismo precisa escrever uma história coerente, na qual a cultura local deve ser muito valorizada. Resta-nos saber se haverá tempo de disseminar os conceitos de turismo responsável, sustentável, ecológico ou como se queira chamar, antes de se acabarem com este potencial existente na nossa região. Antes de se matarem “as galinhas”, ignorando que seus ovos são de ouro.


Fonte: Vininha F. Carvalho - diretora da Del Valle Editoria