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Projeto visa chamar a atenção para a importância da preservação da biodiversidade Amazônica

Editoria: Vininha F. Carvalho 19/03/2010

Com o apoio da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), conveniada com o Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT); o documentário, denominado “Amazon Alive”, está em fase final de produção e tem previsão para ser lançado, em canal público na Alemanha, no segundo semestre deste ano.

“Esse documentário atingirá um público muito amplo, já que será difundido mundialmente. E isso é importante para conscientizar as pessoas da preservação, não só do peixe-boi (Trichechus inunguis), mas de todos os mamíferos aquáticos da região”, comenta Jone Fernandes, diretor da Ampa.

Para a cientista e produtora do programa, Petra Löttker, essa foi uma ferramenta para mostrar as belezas da Amazônia e sensibilizar a população do risco de desaparecimento da biodiversidade dessa região, uma vez que a televisão é um meio de comunicação que tem grande influência na vida das pessoas, pelo fácil acesso, facilitando a difusão da mensagem.

“As pessoas creem no que assistem na TV, por isso optamos por um documentário, como uma solução para preservar a Amazônia. E o peixe-boi foi escolhido como símbolo de que a Amazônia precisa de ajuda, já que ele é uma espécie ameaçada de extinção. A Amazônia está viva e nós queremos que ela assim permaneça”, explica Löttker.

O documentário, dirigido pelo cinematógrafo Christian Baumeister, será dividido em três partes, cada uma com um direcionamento específico da região amazônica. A primeira delas é um levantamento histórico das percepções das pesquisas na Amazônia. A segunda é focada na biodiversidade e a última aborda as possíveis soluções para preservação da Amazônia.

É dentro da terceira etapa que o peixe-boi se encaixa. Nessa fase, a equipe de produção do programa pretende mostrar a biologia e o comportamento desse animal. Para isso, o tanque em que os bichos vivem no LMA/Inpa foi ornamentado com troncos e folhas de árvores, para simular o ambiente natural do mamífero.

“É difícil ver esse animal em ambiente natural, por isso, simulamos um cenário para reproduzir esse ambiente”, esclarece Gália Mattos, coordenadora do núcleo de Educação Ambiental da Ampa.

Löttker ressalta ainda que o mamífero é símbolo da preocupação com a degradação da biodiversidade da Amazônia. “Essa é uma espécie bandeira de que a Amazônia está pedindo socorro, por isso ele é nossa estrela. Será um dia de filmagem no LMA, que mostrará as características desse animal, que irá compor as tomadas do Programa de Reintrodução de Peixes-bois da Amazônia, criados em cativeiro”, ressalta Löttker.

Para realizar as filmagens do programa, a equipe chegou a acompanhar um trabalho da Ampa, juntamente com o Inpa, de reintrodução de exemplares do peixe-boi à natureza, contextualizando os argumentos de preservação e conservação da Amazônia. A expectativa é que nos próximos dois anos o trabalho seja exibido em pelo menos 150 países.

Löttker explica ainda que o andamento dos trabalhos despertou na equipe a necessidade de dar sua própria parcela de contribuição para a preservação da região, além da divulgação das informações que serão veiculadas no documentário, eles pretendem manter um portal na Internet com artigos e notícias sobre a Amazônia.

Peixe-boi da Amazônia:

É o menor dos peixes-bois existentes no mundo, alcançando um comprimento de 2,8 a 3,0 m e pesando até 450 kg. Seu couro cinza escuro é extremante grosso e resistente. A maioria dos indivíduos tem uma mancha branca na região ventral. Essa característica, juntamente com a ausência de unhas nas nadadeiras peitorais, ajuda a distingui-lo do peixe-boi marinho e do africano.

No passado, os peixes-bois foram muito caçados. Atualmente, a realidade é a mesma. Por mais que a caça seja ilegal, ainda é feita em abundância, principalmente pelas populações ribeirinhas, por isso, ele é classificado como espécie vulnerável, pela União Mundial para a Natureza (UICN/2000).

O animal tem sido alvo de estudos por mais de 35 anos, pelo Inpa, e há quase 10, com a criação da ONG, é protegido pelos Amigos do Peixe-boi da Amazônia. Atualmente, o Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA/Inpa) abriga 43 exemplares da espécie.

Fonte: INPA