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Nasce em cativeiro filhote de espécie de macaco redescoberto após 300 anos

Editoria: Vininha F. Carvalho 12/06/2009

Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB), em João Pessoa (PB), acaba de registrar o nascimento do segundo filhote de macaco-prego-galego nascido em cativeiro. A espécie, cientificamente chamda de Cebus flavius, ficou desaparecida por três séculos e foi redescoberta em 2006, através de pesquisa liderada pelo CPB e ICMBio.

O filhote nasceu no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, localizado na Floresta Nacional das Restingas de Cabedelo, em Cabedelo (PB). Os seus pais foram apreendidos em fiscalizações do Ibama.

“Infelizmente recebemos muitos primatas retirados da natureza, mas, apesar das dificuldades, conseguimos proporcionar para este casal as condições necessárias para a reprodução”, afirma Paulo Guilherme Wagner, responsável pelo Cetas e primeiro a observar o filhote.

Atualmente, esta espécie é considerada uma das mais ameaçadas de extinção no Brasil. Segundo o Chefe do CPB, Leandro Jerusalinsky, o nascimento pode ser comemorado como uma grande vitória a favor da conservação dos macacos-prego-galegos.

“Isto confirma a capacidade da espécie de se reproduzir em cativeiro, que é um passo fundamental para a formação de uma população viável que possibilite a reintrodução de grupos em seu ambiente natural no futuro”, diz Jerusalinsky.

Cebus flavius:

O macaco-prego-galego ocorre na Mata Atlântica dos estados da Paraíba, Pernambuco, Rio grande do Norte e Alagoas. O primeiro filhote da espécie nasceu em cativeiro no Zôo de São Paulo,em 2008. Na natureza, vivem em grupos de 6 a 14 indivíduos, alimentando-se de frutas, flores, ovos, insetos e pequenos vertebrados. Dada a situação crítica da Mata Atlântica nestes estados, reduzida em todo o Brasil e mais acentuadamente na região Nordeste, o macaco-prego-galego encontra-se extremamente ameaçado.

Atuação do CPB:

O CPB tem atuação nacional, promovendo pesquisas científicas e manejo para a conservação dos primatas brasileiros, dando especial atenção às espécies mais ameaçadas de extinção e menos conhecidas do país. Dentre seus projetos de campo, destaca-se o foco nos primatas que habitam a região nordeste do Brasil, onde historicamente os esforços de pesquisa e conservação têm sido insuficientes para garantir sua sobrevivência em longo prazo.

O CPB vem mapeando as populações remanescentes dessas espécies e implementando diversas pesquisas e ações voltadas à sua conservação. Além do macaco-prego-galego, os principais primatas enfocados nos projetos de campo do CPB são: Alouatta ululata, guariba que ocorre nos sertões do Ceará, Piauí e Maranhão, muito ameaçado pela caça; Cebus kaapori, caiarara pouco conhecido e considerado o mamífero mais ameaçado de extinção da Amazônia por habitar o arco do desmatamento; Callicebus coimbrai, guigó que foi o último primata descoberto na Mata Atlântica, extremamente ameaçado por sobreviver nos escassos remanescentes florestais do Sergipe e litorais norte da Bahia.

O CPB também desenvolve o diagnóstico e medidas para a conservação dos primatas na Bacia do rio São Francisco, além de coordenar Comitês Internacionais para o manejo de outras espécies ameaçadas, como os micos-leões e os muriquis.

Fonte: Insituto Chico Mendes