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Cemave cataloga mais de 400 espécies de aves silvestres

Editoria: Vininha F. Carvalho 18/07/2008

O Centro Nacional de Pesquisas para Conservação das Aves Silvestres (Cemave), centro especializado do Instituto Chico Mendes, catalogou mais de 400 espécies de aves silvestres na Paraíba. Algumas delas, reconhecidamente nativas, como o periquito da caatinga, o papagaio verdadeiro e a arribaçã ou avoante, estão ameaçadas de extinção. No mesmo caminho estão o papa-capim, o golado, o caboclinho e o concris.

A Paraíba e principalmente seu litoral é rota de migração de algumas espécies de aves oriundas do hemisfério norte, como é o caso do maçariquinho, da andorinha de bando e outros, sem contarar as conhecidas como visitantes ocasionais (araras) e as introduzidas.

Para o chefe do Cemave e biólogo João Luís Nascimento, dentre as espécies de aves migratórias que são pesquisadas pelo centro e têm suas rotas de migração monitoradas, destaca-se a arribaçã (Zenaida auriculata), também conhecida como ave de arribação.

A arribaçã, por exemplo, desempenha importante papel no meio ambiente e no ciclo das aves migratórias. Esta pequena ave de peito carnudo é muito apreciada na culinária nordestina, e por isso é caçada, principalmente na Paraíba. Ao contrário do que se pensava no passado, a espécie não é originária da África e ocorre em todos os países da América do Sul. Para evitar a caça predatória, o animal é protegido por lei ambiental no Brasil.

Pesquisas desenvolvidas pelo centro sobre a rota de migração das aves confirmou que a arribaçã origina-se do continente sul-americano mesmo e se movimenta no nordeste brasileiro pelo bioma caatinga. Tal migração acompanha o ciclo das chuvas e de reprodução, ocasião em que as aves formam grandes pombais e se concentram em um determinado local para fazer seus ninhos.

A arribação só chega ao nordeste quando as chuvas já passaram. Na seca nordestina a ave encontra alimento que brota do solo nos períodos de sol intenso. O comportamento da arribação e de milhares de aves silvestres da fauna brasileira são monitorados por 11 biólogos e três engenheiros florestais do Cemave.

O Cemave tem sede na Floresta Nacional (Flona) da Restinga de Cabedelo, a 18 Km de João Pessoa, no município de Cabedelo, Paraíba. Na Flona, conhecida como Mata da Amém, além da sede administrativa da unidade de conservação gerida pelo ICMBio, funciona também o Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama (Cetas/PB), ligado à Superintendência do Ibama na Paraíba.

Cada órgão tem uma atribuição especial ligada ao meio ambiente e ao ecossistema, interligando ações de proteção à fauna e à flora. Cabe ao Cemave restaurar as pesquisas com aves no ambiente natural brasileiro, tendo por meta ampliar as políticas de ações de preservação das aves silvestres e seus ambientes.

O centro coordena, ainda, o sistema nacional de anilhamento - técnica que consiste em marcar as aves em estudo com anéis de aço, gravadas com um código que identifica, individualmente, cada ave, sua procedência, etc.

Informações sobre aves anilhadas encontradas vivas ou mortas, devem ser repassadas para o Cemave, por meio do telefone: (83) 3245-5001 ou email sna.cemave@icmbio.gov.br.

Com isso facilita-se o trabalho dos pesquisadores, que consolidam os dados acerca da movimentação das espécies monitoradas dentro e fora do território nacional.

Caso a ave esteja viva, a pessoa não deve retirar a anilha, e apenas libertar a ave, permitindo novos encontros. Caso a ave esteja morta, cabe à pessoa anotar o código da anilha (anel), a data e local do encontro e ligar para o Cemave. Quem faz tal tarefa recebe do centro um certificado de agradecimento, com dados sobre a ave encontrada.




Fonte: Insituto Chico Mendes