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Tem início a segunda etapa da maior soltura de peixes-bois já feita no Brasil

Editoria: Vininha F. Carvalho 30/04/2008

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) promove, nesta quarta-feira (30/4), a segunda etapa da maior reintrodução de peixes-bois marinhos em ambiente natural já realizada no Brasil. Quatro animais - Arani, Aira, Potiguar e a fêmea B5 - serão retirados do Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA), em Itamaracá (PE), e deixados num recinto natural no Rio Tatuamunha, em Porto de Pedras, no litoral norte de Alagoas. Com isso, serão oito peixes-bois soltos na natureza em um mês. No dia 28 de março, quatro animais foram deixados num cativeiro natural na base do CMA em Barra de Mamanguape, no litoral da Paraíba.

A viagem de Itamaracá até Porto de Pedras terá início na noite desta quarta-feira e vai se estender até a manhã da quinta, 1º de maio. Os peixes-bois vão seguir em dois caminhões, dentro de piscinas de fibra de vidro.

Durante o trajeto, serão constantemente monitorados por médicos veterinários e tratadores, que registrarão dados como batimento cardíaco e freqüência respiratória.

Além disso, terão o corpo umedecido e receberão uma fina camada de óleo vegetal sobre a pele, para protegê-los do ressecamento. Seis outros carros comporão o aparato de segurança. Mais de 30 pessoas serão envolvidas na operação.

O percurso, de cerca de 250 quilômetros, será pelas rodovias BR 101, PE 60 e AL 101 até Japaratinga, onde o comboio atravessará em balsas o rio até Porto de Pedras. No Rio Tatuamunha, uma equipe do Instituto Chico Mendes coordenará, durante toda a manhã do dia 1º de maio, atividades envolvendo as comunidades e escolas da região, com visitas programadas ao recinto de readaptação onde os peixes-bois serão deixados.

O recinto, que já está pronto para receber os animais, fica dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais. É uma região bastante preservada, com a presença de alimentos para a espécie, como capim agulha, algas e folhas de mangue, transição de água salgada e doce e área de mangue. Fica próxima do espaço onde está sendo planejada a instalação de uma nova base avançada do CMA.

Lá, os peixes-bois passarão por uma fase de adaptação e aprenderão a buscar seu próprio alimento e água doce por um período de aproximadamente 90 dias. Depois, serão soltos e monitorados.

O peixe-boi marinho (Trichechus manatus) é a espécie de mamífero aquático mais ameaçada de extinção no Brasil. Chega a medir 4 metros e a pesar até 700 quilos. É exclusivamente herbívoro, tem hábitos costeiros e necessita de água doce para sobreviver. Sua distribuição vai do norte da América do Sul até o estado de Alagoas, tendo sido extinto da região entre a costa do Espírito Santo e Sergipe. A principal causa de extinção foi a caça. Atualmente, a destruição dos habitats (ambientes costeiros e estuarinos) é provoca forte pressão sobre a conservação da espécie.

Fonte: Instituto Chico Mendes