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Projeto Pumas garante conservação de carnívoros no Parque Serra do Itajaí

Editoria: Vininha F. Carvalho 30/04/2008

O Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação dos Predadores Naturais (Cenap), em parceria com o Parque Nacional Serra de Itajaí, em Santa Catarina, elaborou projeto que visa promover pesquisas sobre vários aspectos da ecologia dos pumas (Puma concolor). O projeto nasceu da constatação, em inventários faunísticos do Plano de Manejo da unidade, de que havia pumas na área que precisavam ser melhor conhecidos.

O projeto visa colher informações tais como densidade populacional, dieta e as áreas que eles utilizam, dentro e fora do parque. Ao mesmo tempo, serão treinados funcionários da unidade, consultores e pesquisadores da região, para que incorporem o monitoramento desses carnívoros às rotinas de trabalho, pois o parque terá necessidade de pessoal capacitado para dar continuidade a esse monitoramento faunístico.

Como resultados, esperam-se uma rica contribuição ao conhecimento científico sobre os pumas, permitindo correlacionar sua dieta às presas disponíveis na região, saber as áreas de uso no tipo específico de habitat representado pelo parque, além de dados populacionais da espécie.

Para o chefe do Parque Nacional Serra do Itajaí, Fábio Faraco, este é um trabalho inédito, pelo tamanho da proposta e pela abordagem que será dada à espécie. "Começaremos conhecendo quantos animais existem na unidade, considerada hoje o maior resquício de Mata Atlântica da região Sul. Abordaremos um problema sério e antigo, que é a predação, diminuindo os conflitos entre os proprietários e esses animais, além da identificação de outros carnívoros, como gatos do mato e jaguatiricas, por exemplo", explica Faraco.

O Parque Nacional Serra do Itajaí, com quase 60 mil hectares, representa a maior extensão de Mata Atlântica da região sul. Dentro da área do parque, foi identificada a presença de vários carnívoros, incluindo os pumas, que estão no topo da cadeira alimentar. Isso significa que a conservação dessa espécie permite a conservação da maioria das demais espécies.

O projeto terá início em 2008, com levantamentos de eventos de pressão sobre a espécie nas comunidades do entorno, com a capacitação de bolsistas da Fundação Universitária Regional de Blumenau (Furb) para apoio em campo e definição das áreas estratégicas.

Em 2009 será feito levantamento da densidade populacional por meio das chamadas "armadilhas fotográficas", ou seja, câmeras fotográficas instaladas que formam uma rede em áreas amostrais na floresta. Elas disparem automaticamente quando um animal passa em frente ao equipamento.

Já em 2010 nova etapa do projeto começará, com a captura dos animais para a instalação de colares transmissores. O monitoramento através de colares se estenderá pelo máximo de tempo possível e dependerá da duração das baterias dos equipamentos.

Os animais, um dos maiores felinos silvestres, acabam envolvidos em conflitos com criadores da região, além de serem alvo da caça ilegal, doenças e atropelamentos em rodovias.

Fonte: Instituto Chico Mendes