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A retirada de animais silvestres de criadouros naturais provoca desequilíbrio ecológico

Editoria: Vininha F. Carvalho 18/04/2008

A maior parte das pessoas que levam animais silvestres para casa, enfrentam uma série de problemas, desconhecendo que em cativeiro os animais perdem a capacidade de caçar seu alimento, de se defender dos predadores ou de se proteger de situações adversas. Se forem libertados, mesmo que em locais propícios, difícilmente sobreviverão. Ao detectarem o trabalho e cuidados especiais que estes animais exigem, além da dificuldade em mantê-los, as pessoas acabam desistindo da posse deles, geralmente os encaminhando para os zoológicos.

Muitos dos animais são traficados para o exterior e transportados principalmente dentro de fundos falsos de malas, completamente sufocados, devido as circunstâncias serem impróprias muitos acabam morrendo durante a viagem.

A captura acontece em lugares em que há grande biodiversidade: como a região Norte, o Pantanal e o Nordeste — regiões pobres do ponto vista sócio-econômico. Este tráfico envolve um grande número de pessoas, iniciando com os capturadores ou caçadores (geralmente pessoas muito pobres e que conhecem o hábitat dos animais).

As principais áreas de captura estão nos estados do Maranhão, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Minas Gerais e região amazônica. Depois, o animal passa por vários intermediários até chegar aos grandes comerciantes que ficam no eixo Rio - São Paulo.

O tráfico de animais só perde para o tráfico de drogas e de armas na escala dos mais rentáveis. Este tráfico tem sobrevivido da miséria humana, explorando pessoas simples que fazem da venda de animais um meio trágico de se obter dinheiro, causando assim
enormes e irreparáveis danos na natureza.

É comum ser encontrado na feira de Praga (Europa) araras brasileiras por 4 mil reais, ou seja, o animal que foi capturado por 50 centavos (R$0,50) é vendido por oito mil vezes mais.

O Brasil possui uma das maiores biodiversidade em fauna e flora do planeta. Nos últimos anos, devido aos grandes impactos ambientais e a desenfreada ocupação humana, vêm ocorrendo uma grande degradação de hábitats naturais e o desaparecimento de espécies e formas genéticas.

A devastação das florestas e a retirada de animais silvestres já causaram a extinção de inúmeras espécies e conseqüentemente um desequilíbrio ecológico.

A fauna apresenta números relevantes em relação a biodiversidade no mundo. Entre os vertebrados, o Brasil abriga 517 espécies de anfíbios (das quais 294 são endêmicas), 468 de répteis (172 endêmicos),524 de mamíferos (com 131 endêmicas) , 1.622 de aves (191 endêmicas), cerca de 3 mil peixes de água doce e uma fantástica diversidade de artrópodos: só de insetos, são cerca de 15 milhões de espécies. (Ministério do Meio Ambiente, Relatório nacional sobre a biodiversidade, 1998).

No Brasil, o tráfico de animais silvestres, que é o terceiro maior negócio ilegal do mundo, movimenta algo em torno de US$ 700 milhões por ano. Das florestas brasileiras são retirados em média 12 milhões de animais a cada ano. Dentro desta estatítista, para cada animal vendido nove morrem.

A Lei de Crimes Ambientais, criada em fevereiro de 1998, considera os animais, seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, propriedade do Estado, considerando que a compra, a venda, a criação ou qualquer outro negócio envolvendo animais silvestres é crime inafiançável.



Para fazer denúncias ou obter mais informações a respeito do tráfico de animais silvestres:

RENCTAS - Rede Nacional Contra o Tráfico de Animais Silvestres


LINHA VERDE DO IBAMA - 0800 61 80 80

Fonte: Vininha F. Carvalho - Del Valle Editoria