Editoria: Vininha F. Carvalho 04/04/2008
Pesquisa sobre o que faz os vagalumes brilharem e, principalmente, mudarem a cor da luz de verde para o vermelho abre, com seus avanços recentes, novas perspectivas de aplicações dos resultados no campo da Biotecnologia.
É isto que mostra artigo de Vadim Viviani, do Laboratótio de Bioluminiscências e Biofotônica da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos, campus de Sorocaba): o resultado do trabalho de Viviani foi divulgado com destaque em edição sobre bioluminescência, publicada em fevereiro, do periódico Photochemical and Photobiological Sciences.
Nessa edição, o professor da UFSCar atuou como editor convidado do periódico, em reconhecimento ao seu pioneirismo mundial nessa área de pesquisas.
O artigo é intitulado "The structural origin and biological function of pH-sensitivity in firefly luciferases" (Origem estrutural e função biológica da sensibilidade ao pH de luciferases de vagalumes).
O avanço significativo da pesquisa está na identificação de que a estrutura da enzima luciferase modifica-se de acordo com a mudança de pH. A compreensão desse mecanismo poderá trazer novos conhecimentos com possibilidade de aplicação nas áreas médica e farmacêutica.
O trabalho de pesquisa consistiu em compreender o funcionamento da luciferase. Por meio da identificação de suas propriedades luminescentes, os pesquisadores podem ajudar a identificar o estágio inicial de um processo de metástase, como num caso de câncer. Esse processo é possível porque enzimas semelhantes às do vagalume estão presentes também em outros tipos de células e órgãos, inclusive humanos, como fígado e cérebro.
Vadim Viviani é biólogo pela PUC de Campinas (Pontifícia Universidade Católica) e mestre e doutor em Bioquímica pela Universidade de São Paulo.
Como pós-doutor, teve passagens em universidades de Shizuoka, no Japão, e Harvard, nos Estados Unidos. Há mais de dez anos realiza pesquisas com as enzimas luciferases e bioluminescência, sendo nessa área pioneiro no mundo.