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Cepsul avalia quantidade de sardinha disponível no litoral Sul-Sudeste

Editoria: Vininha F. Carvalho 28/01/2008

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio de seu Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul (Cepsul), realiza, em parceria com o Ibama e a Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), o cruzeiro de pesquisa Ecosar IV, que avalia a quantidade de sardinha-verdadeira disponível na costa Sudeste e Sul do Brasil.

A equipe de pesquisadores está a bordo do navio oceanográfico Atlântico Sul, da Furg, equipado com instrumentos acústicos para avaliar a ocorrência da espécie e estimar o tamanho de seu estoque, além de também coletar dados fundamentais para a descrição detalhada das características oceanográficas da região pesquisada.

A viagem teve início no dia 16 de janeiro, após calibração dos instrumentos acústicos do navio, em São Sebastião, São Paulo. O tempo estimado de duração do cruzeiro é de pouco menos de um mês, até o dia 2 de fevereiro.

Para cumprir todas as metas propostas, os pesquisadores contam também com o apoio do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP), do Instituto de Pesca de São Paulo e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A pesquisa fará uma espécie de ultrassonografia aplicada, especialmente, à área de desova da sardinha. A técnica utilizada é denominada "avaliação acústica com ecointegração". Para isso, a equipe vai se deslocar por cerca de três mil quilômetros da orla, cobrindo toda a área de ocorrência da sardinha. No total, serão 1.920 milhas náuticas e 51 estações oceanográficas.

O grupo possui experiência nesse tipo de trabalho, com cerca de 35 mil quilômetros de prospecções já feitas ao longo da costa brasileira.

Além da avaliação da biomassa instantânea (quantidade) de sardinha-verdadeira entre o litoral dos estados do Rio de Janeiro e Santa Catarina, área de ocorrência da espécie, o trabalho interinstitucional pretende também reunir amostragens para atualização dos parâmetros biológicos e a revisão das informações sobre a curva de crescimento da espécie, a extensão do período reprodutivo, fecundidade, disponibilidade de ovos e larvas na massa d´água, identificar a possibilidade da existência de diferentes populações, verificar o risco de contaminação dos peixes por metais pesados e organoclorados e, ainda, estimar o potencial disponível à pesca da sardinha-verdadeira.

Os dados auxiliarão nas ações de ordenamento pesqueiro para a conservação da sardinha-verdadeira, uma vez que ela é o alimento de inúmeras outras espécies marinhas, além de ser responsável pela manutenção de dois importantes elos da cadeia de processamento industrial de pescado: as conservas (enlatados) de atum e de sardinha.

O ordenamento pesqueiro é a conjugação de ações do poder público, que visam promover o manejo pesqueiro, tais como as paradas de pesca (defesos), definição de tamanho mínimo de captura, delimitação de áreas de exclusão da pesca, limitação do poder de pesca das embarcações, entre outros.

O responsável pela parte científica da pesquisa é o professor Lauro Saint Pastous Madureira, do Departamento de Oceanografia da Furg. Segundo ele, o equipamento acústico que se encontra instalado no casco do navio fica a cerca de 2,5 m abaixo da superfície e transmite som em alta freqüência em direção ao fundo. "Assim, quaisquer objetos, vivos ou não, localizados na linha de transmissão, são detectados, mas não identificados", explica o professor. Para proceder à identificação, a equipe de pesquisadores fará uso de redes de pesca monitoradas para amostrar o que foi registrado pelo equipamento.

Com a Universidade Estadual do Ceará (UECE), a Estadual Norte Fluminense e a Federal de Minas Gerais (UFMG), o Cenap participa no desenvolvimento de técnicas que melhoram a preservação de gametas.

O cruzeiro é realizado durante o período de defeso de reprodução da espécie (primavera-verão). Um segundo cruzeiro já está com os recursos orçamentários assegurados para ocorrer durante o defeso de recrutamento (no inverno de 2008). Pesquisa avalia quantidade de sardinha disponível para pesca no litoral Sul-Sudeste

Fonte: Instituto Chico Mendes