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Tartarugas monitoradas voltam ao litoral baiano para desova

Editoria: Vininha F. Carvalho 14/12/2007

Boas ondas as trazem. É com esse espírito que técnicos do Centro de Conservação e Manejo de Tartarugas Marinhas (Tamar), do Instituto Chico Mendes, na Praia do Forte, na Bahia, comemoram o retorno de seis das 39 fêmeas de quatro espécies de tartaruga-pente (Eretmochelys imbricata), gigante (Dermochelys coriacea), oliva (Lepidochelys olivacea) e cabeçuda (Caretta caretta, que foram soltas em 2005 e vinham sendo monitoradas por equipamentos de radiotelemetria.

O retorno das tartarugas ao litoral baiano ocorre depois de quase três anos de início do monitoramento. O trabalho começou em fevereiro de 2005, quando os equipamentos foram instalados nos animais durante a temporada reprodutiva 2005/2006.

Agora, passado todo esse tempo, as tartarugas dão sinais de que estão retornando para desovar nas praias baianas onde receberam os equipamentos.

No momento, restam seis tartarugas da espécie Caretta caretta (cabeçuda) transmitindo sinais. Os trabalhos de instalação de transmissores por satélite em fêmeas de tartarugas marinhas, para o estudo de seus hábitos reprodutivos e migratórios, continuarão até próximo ano.

As seis fêmeas que ainda estão emitindo sinais passaram quase todo esse tempo no litoral do Ceará e percorreram milhares de quilômetros (uma média de quatro mil km cada uma) pelo Oceano Atlântico.

Três fêmeas ainda permanecem no litoral cearense, sendo que uma está migrando para o Sul. Outra, a Acaçá, após passar quase 20 meses nas praias cearenses, faz migração de retorno, estando no momento no litoral da Paraíba.

As fêmeas chamadas Efó e Cocada já estão nas proximidades dos locais onde foram encontradas desovando no início de 2006, quando os transmissores foram instalados - o que pode indicar que elas estejam seguindo para a desova nas praias baianas. Equipes do Tamar na Bahia estão de prontidão para flagrar esses animais no momento da postura dos ovos.

Uma fêmea de tartaruga cabeçuda, das 39 que receberam transmissores, já foi vista desovando no dia 24 de novembro, na praia Busca Vida, no litoral Norte da Bahia. O seu transmissor, que estava danificado, foi retirado.

Nesse caso, apesar de a tartaruga ter voltado para a sua área de reprodução, após passar longo período no litoral do Ceará, não foi possível acompanhar o seu caminho de volta, pois o transmissor não emitia sinais desde o final de setembro deste ano. A causa provável é o desgaste da antena, falta de bateria ou problemas com o sensor de sinais.

Essas pesquisas permitem aos estudiosos compreender os hábitos de vida destas espécies e, assim, adequar as estratégias de proteção ao seu comportamento migratório e de reprodução.

Fonte: Instituto Chico Mendes