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Macaco recém-descoberto na Amazônia já corre risco de extinção

Editoria: Vininha F. Carvalho 14/03/2008

A biodiversidade brasileira parece infinita. Pesquisadores acabam de descobrir na Amazônia mais uma espécie de macaco brasileiro. Trata-se de um primata do grupo dos uacaris. Ele foi encontrado na região do Pico da Neblina, no norte do Amazonas, próximo à fronteira com a Venezuela.

O aspecto negativo do fato é que, nem bem foi registrado, o animal já pode ser considerado em situação de vulnerabilidade, como alerta Marcelo Marcelino, chefe do Centro de Proteção de Primatas Brasileiros (CPB), do Instituto Chico Mendes.

"Além do desmatamento, há outros fatores de pressão sobre a espécie. A caça é também um fator preponderante de ameaça aos primatas na Amazônia, principalmente para aquelas com distribuição restrita, como é o caso desse uacari. É inclusive uma forma de pressão mais complexa do que o desmatamento, porque não é possível enfrentá-la apenas com operações de fiscalização", explica Marcelino.

O anúncio da descoberta foi feito pelo biólogo brasileiro Jean-Phillipe Boubli, atualmente na Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, na revista "International Journal of Primatology".

A espécie ganhou o nome de Cacajao ayresii em homenagem ao biólogo José Márcio Ayres, responsável pela criação da primeira Reserva de Desenvolvimento Sustentável na Amazônia.

Por habitar uma área pequena e ser alvo de caça predatória, o Cacajao ayresii já pode ser considerado ameaçado de extinção. Normalmente, os uacari habitam regiões alagadas da floresta, nas margens dos rios. Costumam viver em grandes grupos, alguns com centenas de indivíduos.

Eles são animais sem pêlos na face, possuem uma cauda menor do que o comprimento do corpo e unem-se, agora, ao rol dos animais mais estudados do mundo.