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São Paulo aprova lei de uso de aquecimento de água com energia solar

Editoria: Vininha F. Carvalho 03/08/2007

Apesar das discussões sobre energias estarem, nos últimos dias, centradas na retomada de Angra 3, uma boa notícia sobre uma fonte sub-explorada no Brasil veio da capital paulista. A câmara municipal de São Paulo aprovou e o prefeito Gilberto Kassab sancionou quarta-feira (04/7) um projeto de lei que obriga novas construções a aquecer pelo menos 40% da água com energia solar.

Um levantamento realizado pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo constatou que o Brasil recebe 2,2 mil horas de insolação, o suficiente para gerar 15 trilhões de megawatts. Isto corresponde a 50 mil vezes o consumo nacional de eletricidade.

“Outros países, como os Estados Unidos e alguns europeus, com menos luz solar que o Brasil estão mais avançados do que nós”, disse o secretário do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge Alves.

Novos hotéis, clubes esportivos, hospitais, escolas, parte da indústria e todos imóveis com piscina deverão instalar o sistema, assim como residências com mais de três banheiros.

Para a indústria, os geradores só serão obrigatórios se a mesma utilizar água quente na produção ou se tiver vestiários para os funcionários. Atuais edificações com piscinas também terão que se adequar a nova lei.

Segundo o projeto, cada metro quadrado de coletor de energia solar dispensa 52 metros quadrados de reservatório de hidrelétrica para produzir a mesma quantidade de energia.

“E é preciso lembrar a dificuldade progressiva para implantação de novas usinas”, ressalta o jornalista Washington Novaes, em artigo publicado na Folha de São Paulo recentemente.

Novaes afirma que o Brasil ainda tem uma proporção pequena desse tipo de equipamento: 1,2 metro quadrado por 100 habitantes, ante 17,5 m2 na Áustria e 3,2 m2 na China, quando 6% da energia produzida no país é consumida por chuveiros elétricos.

No Brasil, eles respondem por 8% da demanda de eletricidade, chegando a 18% no horário de pico do uso do sistema. “E a substituição pode, depois de pago o investimento inicial, reduzir em cerca de 30% a conta do usuário”, explica Novaes.

O custo da energia solar caiu de 20 centavos de dólar por watt na década de 70 para 2,7 centavos em 2004. O professor da Unesp e diretor de instalações do Secovi-SP, Paulo Rewald, diz que uma família de quatro pessoas, de média ou alta renda, teria que desembolsar cerca de R$ 600 a R$ 5.000, tendo este valor recompensado com a economia promovida ao longo do tempo. O valor pode ser ainda menor em edifícios residenciais ou comerciais porque há um ganho de escala, segundo Rewald.

Experiências de sucesso :

Uma lei similar já foi sancionada em Porto Alegre (RS) e serão oferecidos incentivos fiscais para projetos que se adequarem.

“Na China, onde 80% do aquecimento de água é feito com energia solar, Rizhao, uma cidade de 3 milhões de habitantes, tem em 99% das casas aquecedores solares, que ocupam uma área de 500 mil metros quadrados. Ali, até os sinais de trânsito têm células fotovoltaicas”, cita Washington Novaes.

Fonte: Carbono Brasil