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Recriação da Arca de Noé no Monte Ararat é palco para o anúncio da Declaração sobre Mudança Climática

Editoria: Vininha F. Carvalho 31/05/2007

Líderes mundiais foram conclamados a agir rapidamente e de forma abrangente durante a leitura da Declaração de Ararat, sobre mudança climática, que aconteceu na Arca de Noé, reconstruída no Monte Ararat, a 2.500 m de altitude, pelo Greenpeace. O local é considerado o sítio icônico onde a legendária arca bíblica aportou depois do dilúvio.

Em uma cerimônia que presenteou o navio ao povo da Turquia, nas vésperas da nova reunião do G8, os ativistas do Greenpeace se juntaram a celebridades, crianças e músicos para ler a Declaração de Ararat.

O documento pede aos líderes mundiais ação para proteger os direitos humanos básicos, que estarão em risco para milhões de pessoas por causa dos efeitos das mudanças climáticas. Foram soltas 208 pombas, uma para cada país, para simbolicamente carregar a mensagem a todo o mundo.

A Declaração de Ararat afirma: “Nós pedimos a vocês, líderes mundiais, que protejam nossas vidas, nossas casas, nossas comunidades e nossos recursos naturais das ameaças humanas e da natureza. Vocês não devem tomar atitudes que coloquem em perigo o bem estar das pessoas que vocês representam.”

“Se os líderes mundiais não são capazes de proteger seus cidadãos contra inundações avassaladoras, secas, crise de abastecimento e deslocamentos populacionais em massa, como prevêem os cientistas, sua liderança fica sem sentido”, afirmou Hilal Atici, coordenador da campanha de energia do Greenpeace Mediterrâneo.

Os países do G8, os países mais ricos do mundo, são responsáveis por mais da metade das emissões de gases estufa, e portanto têm uma responsabilidade maior em se comprometer a adotar metas de redução de emissões. O último relatório do IPCC afirma que os países industriais deveriam reduzir suas emissões em pelo menos de 80% a 90% até 2050. O tamanho do problema ficou claro com a afirmação do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon: “A mudança climática é o maior desafio da nossa geração”.

A necessidade de redução radical nas emissões também é citada na Declaração de Ararat: “Pedimos uma cooperação global urgente contra uma catástrofe climática, que só será evitada se conseguirmos manter o aquecimento global abaixo do limite de 2 °C. Isso significa estabelecer um programa radical de corte de emissões para os próximos 15 anos, e em 50% dos níveis de 1990 até 2050”.

“Ainda há tempo para os líderes mundiais agirem – mas eles precisam fazê-lo de forma rápica e definitiva. Estamos em um momento decisivo para o futuro do planeta, ou chega-se a um acordo que reduza drasticamente as emissões de gases estufa nesta conferência do G8, ou este encontro se transformará em um tapa na cara de milhares de pessoas em todo o mundo, que precisam desesperadamente de ação contra a mudança climática”, afirmou Andree Böhling, especialista de clima do Greenpeace.

A recriação da famosa Arca de Noé pelo Greenpeace levou quatro semanas para ser feita no topo do Monte Ararat. Foram utilizados 12 m3 de madeira para construir o navio a 2.500 metros acima do nível do mar. O navio ficará na montanha e ser usado como abrigo para montanhas.


“Ainda não é tarde demais para evitar o caos climático, mas nenhuma nação ainda se comprometeu a adotar metas sérias de redução de suas emissões”, afirmou Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energia do Greenpeace Brasil. “Se os líderes mundiais não se comprometerem com um programa radical de eficiência energética e adoção de fontes renováveis, o planeta vai encarar um desastre climático que poderia ter sido evitado.”

Fonte: Greenpeace