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Pesquisa vai monitorar ocorrência de peixes-bois na Baía de Tubarão

Editoria: Vininha F. Carvalho 22/06/2007

Analisar a ocorrência de peixes bois e a relação dessa espécie com os recursos ambientais existentes na Amazônia costeira. Esse é o objetivo de uma pesquisa que começa a ser desenvolvida pela Superintendência do Ibama no Maranhão, numa parceria com a Universidade Federal do Maranhão e Centro de Mamíferos Aquáticos.

A primeira saída a campo foi realizada no final de março, quando se buscou definir a metodologia a ser empregada e avaliar a logística para realização do trabalho. A equipe contou com os analistas ambientais do Ibama Carolina Alvite e Bruno Gueiros, além da Dra. Flávia Mochel, da UFMA.

O trabalho começou na comunidade de Rampa, seguindo pelo rio Mapari em direção à Ilha do Gato, no município de Humberto de Campos, onde foram avistados grupos de peixes-bois, inclusive com fêmeas e filhotes.

O projeto de pesquisa, intitulado “Padrão de ocorrência e uso de ecossistemas costeiros por peixes bois marinhos no Brasil com ênfase no litoral do Maranhão (Barra do Gato/Baía de Tubarão)”, será desenvolvido na principal área de ocorrência do peixe boi no Maranhão, onde o Ibama vem estudando a criação de uma Reserva Extrativista (Baía de Tubarão) e está na fase de implantação de um trabalho de gestão compartilhada dos recursos pesqueiros.

O objetivo primordial é a caracterização ecológica da área, levantando os principais aspectos relacionados à ocorrência do peixe-boi, a exemplo dos recursos alimentares utilizados pela espécie, como os campos de marismas e a estrutura do manguezal existente na área.

“Este será o primeiro trabalho de pesquisa de caracterização do padrão de uso das florestas de mangue existentes na costa maranhense pelos peixes-bois marinhos e vai subsidiar as ações para a conservação da espécie e do ecossistema”, ressalta Carolina Alvite.

A pesquisa adquire maior importância uma vez que o conhecimento sobre os peixes-bois e sua relação com o ecossistema na costa norte ainda é incipiente, o que dificulta a elaboração de ações práticas para a conservação da espécie e para a gestão da área.

O Centro de Mamíferos Aquáticos acompanha a área desde 2003. No local, existe uma torre de observação, reformada em 2006 e de onde já foram avistados até 14 peixes-bois. Ressalta-se que já existe uma pressão para a instalação de empreendimentos de carcinicultura nos manguezais e apicuns da região, o que representar uma grande ameaça à espécie.

Para efeito de comparação, no Ceará, a perda de habitat e destruição dos manguezais tem relação direta com os encalhes de filhotes órfãos. Compreender como o peixe boi se relaciona com os recursos ambientais existentes nos manguezais e estuários também vai embasar, tecnicamente, a argumentação contra as práticas de degradação e ocupação desordenada dos manguezais.

“Pretendemos, ainda, levantar o potencial de utilização não letal do peixe boi como estratégia para a conservação e sustentabilidade da espécie e ecossistema associado. O levantamento será feito junto à comunidade local e com base na análise do padrão de uso da área, subsidiando, por exemplo, a elaboração de propostas de turismo de observação e de valoração cultural e educativa da espécie”, completa Carolina Alvite.

Fonte: Ibama