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Projeto estuda hábitos do lobo-guará, visando a conservação da espécie

Editoria: Vininha F. Carvalho 02/04/2007

O projeto Lobos da Canastra, coordenado pelo Instituto Pró-Carnívoros e CENAP/IBAMA (Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação de Predadores Naturais), em execução na região da Serra da Canastra desde 2004, comemora além de um número marcante de 200 capturas entre os 35 animais monitorados neste mês de março, vitórias na mais completa investigação sobre o lobo-guará.

O projeto visa a conservação da espécie e tem como meta principal levantar informações suficientes para subsidiar ações que diminuam os impactos nas suas populações no Brasil e em outros países.

Entre as informações científicas inéditas, através de análise minunciosa das taxas hormonais dos animais capturados, observou-se que os que habitam áreas de fazendas, e assim sujeitos aos mais diversos impactos em seu dia a dia, sofrem grande stress, refletido em sua fisiologia, diferente dos animais que vivem dentro do parque nacional.

Isso corrobora a necessidade de áreas protegidas para assegurar a saúde de animais selvagens. Ainda, outro fato histórico marcou o projeto neste mês de março: pela primeira vez, coletou-se sêmen de lobos-guarás na natureza. A proeza já havia sido realizada em zoológicos mas nunca em animais em vida livre.

Esse evento faz parte de uma investigação do status reprodutivo da espécie, para verificar se pelo menos os animais conseguem repor, através de uma reprodução saudável, os animais que morrem por diversos motivos.

Outras novidades do projeto em 2007 foram o início de atividades de um programa complexo de educação ambiental relacionado à conservação do lobo e do cerrado e a instalação de 10 galinheiros-modelo para evitar ataques de aves domésticas por predadores.

Na maioria das fazendas da região, proprietários reclamam do alto índice de predação em suas criações, responsabilizando o lobo-guará pelos feitos.

A pesquisa que iniciou-se nas fazendas ao fim de 2006, tem apresentado aos criadores de galinhas e afins que existem muitos outros animais que atacam o plantel. Mas, como parte do projeto visa encontrar soluções para que esses conflitos não ocorram mais e, assim, lobos não sejam mortos por falsas alegações, galinheiros foram contruídos em 10 propriedades selecionadas por apresentarem muitos ataques e, principalmente, pelo grande compromisso dos proprietários com a preservação da natureza.

Os novos achados científicos e resultados positivos do projeto são também presentes de grande valor ao Parque Nacional da Serra da Canastra, que completa 35 anos neste ano, e mostra que vem cumprindo ao longo do tempo um papel importantíssimo na conservação não somente do lobo-guará, mas também de outras espécies.

Fonte: Ascom - CENAP/IBAMA