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Estudo aborda a questão dos resíduos sólidos na sociedade paulista

Editoria: Vininha F. Carvalho 18/05/2007

A carência de políticas públicas eficazes e a maneira como a população trata o lixo que produz são alguns dos principais fatores que explicam o problema da destinação de resíduos em São Paulo.O apontamento é uma das questões levantadas no estudo A questão dos resíduos na sociedade paulista, desenvolvido pela socióloga Thais Barbosa, formada pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

Segundo Thais, a preocupação com o destino do lixo produzido é algo que data do início do século passado. De acordo com sua pesquisa, o aparecimento das epidemias, sobretudo de febre amarela, foi um dos marcos da história do lixo. Nesse momento ele passa a ser objeto de preocupação do setor privado e um problema de saúde pública.

"Neste contexto, o perigo se ampliava e se tornava mais complexo na medida em que abarcava a condenação das práticas de catagem, de utilização pura do lixo como adubo ou a utilização de restos para qualquer fim. Este avanço de epidemias para o oeste paulista definiu mudanças no campo da saúde pública, já que elas ameaçavam a continuidade da expansão cafeeira e da política de imigração de massa", informa a socióloga.

A taxa do lixo, instituída pela prefeitura da cidade de São Paulo em 2002, não foi a primeira ação nesse sentido. Já em 1904 a população passou a pagar, pela primeira vez no município, um imposto para ter o lixo recolhido da porta de suas casas. O trabalho deixou de ser feito por escravos e detentos para ser realizados por funcionários de uma empresa privada. A contratação dessa empresa é uma das provas de que o lixo se transformara em mercadoria.

Desde 2006, a prefeitura não cobra mais a taxa do lixo, o problema, porém, não foi resolvido. Os aterros sanitários, onde são depositados os resíduos sólidos produzidos pela população, estão no limite de sua capacidade. A população por sua vez, consome cada vez mais e, portanto, produz cada vez mais lixo. Além disso, os resíduos vem se tornando mais perigosos por conta dos produtos químicos que agem negativamente no contato com a natureza.

No estudo em questão, a socióloga explica que esse problema tende a se agravar em um curto espaço de tempo, tendo em vista que a cidade produz cerca de 15 toneladas de lixo por dia.

"Assim como no início do século, as pessoas não têm interesse em saber o que realmente acontece com o lixo colocado nas calçadas, elas simplesmente retiram o lixo de dentro de suas casas. Ninguém enxerga na questão dos resíduos um problema, uma vez que independentemente do pagamento da taxa eles são recolhidos diariamente nas ruas da cidade e são enviados aos aterros", finaliza Thais.



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Fonte: Comunicação - FESPSP