Ave de Rapina
Onça
Cachorro
Cavalo
Gato
Arara

Brasil enviará 1 milhão de doses de vacinas contra febre aftosa à Bolívia

Editoria: Vininha F. Carvalho 02/02/2007

O governo brasileiro enviará à Bolívia mais um milhão de doses de vacinas contra febre aftosa para auxiliar nos trabalhos de erradicação dos quatro focos surgidos no País no final de janeiro, informa o presidente do Conselho Nacional de Pecuária de Corte e conselheiro do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal, Sebastião Costa Guedes.

As vacinas estão programadas para chegar ao país vizinho em abril, como parte das ações do Grupo Interamericano de Erradicação da Febre Aftosa nas Américas (GIEFA), que coordena um plano de eliminação da doença em todo o continente.

De acordo com Sebastião Guedes, o envio das vacinas estava acordado desde o final do ano passado, portanto, antes da confirmação dos focos em Santa Cruz de La Sierra, Cuatro Cañadas, Swift Current e Porisaqui, envolvendo 29 bovinos e um suíno.

O governo boliviano já recebeu no final de dezembro passado a primeira remessa de vacinas, de um milhão de doses, para auxiliar na imunização do rebanho, que totaliza cerca de 8 milhões de cabeças.

“O GIEFA considera importante que as entidades de criadores bolivianas como FEGABENI, FEGASACRUZ e CONGABOL sejam as encarregadas de aplicar o produto nas regiões adequadas”, afirma Guedes, que presidiu o Grupo até 29 de janeiro último.

De acordo com ele, apesar das autoridades bolivianas já terem notificado oficialmente a Organização Inrternacional de Saúde Animal e tomado todas as medidas iniciais de erradicação dos focos (proibição das exportações e o trânsito de produtos derivados de animais de casco bipartido, suscetíveis à doença), o surgimento da doença no país visinho merecem a atenção do governo brasileiro.

O vírus encontrado na Bolívia é do tipo O (existem ainda os tipos A e C no continente americano), diferente dos normalmente encontrados na região do Cone Sul.

“Trata-se de um vírus que já ocorreu em outros territórios amazônicos bolivianos, como Beni e Pando. A situação epidemiológica recomenda às autoridades brasileiras reforçar a vigilância nas regiões de fronteira nos estados de Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, avalia.


Erradicação continental:

Para Guedes, a implementação do Plano de Erradicação da Febre Aftosa nas Américas, coordenado pelo GIEFA registrou avanços consistentes nos últimos meses. Ele cita os avanços nos diálogos com os governos e lideranças pecuárias da Argentina, Bolívia e Paraguai para financiar o plano criado em 2004, após a Conferência de Houston, cujo orçamento original era de US$ 48 milhões.

“Hoje, para ações complementares nas áreas críticas do Brasil e nos países vizinhos do Cone Sul e na Bolívia, o total a ser investido é de US$ 29,6 milhões em 5 anos. Em todo o continente, houve demonstrações concretas de comprometimento com a erradicação da febre aftosa”, afirma.

O especialista destaca especialmente as iniciativas do governo Brasileiro, que quitou a dívida que tinha com Centro Panamericano de Febre Aftosa (PANAFTOSA) – entidade que apóia tecnicamente a erradicação da doença em todo o continente – e ainda incrementou a remessa de recursos para a instituição em US$ 1,8 milhão.

Além disso, Guedes ressalta a importância da iniciativa dos governos sul-americanos de discutirem a erradicação da aftosa durante a Cúpula do Mercosul, encerrada em meados de janeiro.

Durante o encontro, foi acordado a destinação de US$ 16,3 milhões do Fundo Para Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM) para os países do Mercosul investirem em infraestrutura para emergências. “É mais um sinal claro dado pelos países de comprometimento e mudança de postura para erradicar a febre aftosa”, resume.



Fonte: Texto Assessoria de Comunicações