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Uso de animais no dia-a-dia aumenta a qualidade de vida de pessoas com deficiência

Editoria: Vininha F. Carvalho 23/03/2007

O uso de animais em tratamentos e terapias de reabilitação e acessibilidade é uma técnica utilizada historicamente desde 400 a.C. Mesmo depois de séculos de existência, muitas pessoas ainda desconhecem os benefícios dessa prática na melhora da qualidade de vida dos portadores de necessidades especiais.

As técnicas da equoterapia, utilização do cavalo em práticas terapêuticas, ou do cão guia, por pessoas com deficiência visual, por exemplo, já ajudaram centenas de milhares de pessoas, no Brasil e no mundo e serão uns dos destaques da Reatech 2007 – Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade – maior feira do segmento da América Latina, que ocorre no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, entre os dias 12 e 15 de abril.


Cão Guia :

Ainda recente no País, o cão guia vem ganhando cada dia mais adeptos entre as pessoas com deficiência visual. Uma das defensoras dessa causa é a advogada Thaís Martines, que chegou a ser barrada no metrô de São Paulo, em 2006 e ganhou a permissão de caminhar com seu cão pelo metrô, por meio de um processo na 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo.

“Hoje, não só as leis estão melhores como também há conscientização entre as pessoas. Já cheguei a ser barrada em lugares por causa do meu cão, mas outras pessoas presentes insistiram na permanência do animal no recinto. Isso mostra que a população está mais consciente”, comenta a advogada, que ficou cega devido a uma caxumba aos quatro anos.

Ela ministrará palestra no dia 15 de abril, às 14h, durante a Reatech, e levará seu cão Boris, um labrador que a acompanha há 7 anos. “O Boris é a realização de um sonho de criança. Antigamente era muito difícil ter cão guia. Fico feliz de esse acesso estar mais fácil hoje”, afirma.

A advogada, que está a frente do Instituto Íris desde 2004, uma entidade sem fins lucrativos que trabalha no processo de inclusão social de pessoas portadoras de deficiência visual, cita que as pessoas ainda acreditam que ter um cão guia é caro, o que não é verdade. “No Instituto Íris, nós não cobramos nada pelo cão, nem pelo treinamento”, complementa Thaís.

No Brasil, há apenas 50 cães guias, o que é considerado muito pouco, quando comparado com números de outros países. Cerca de 2% da população mundial, com algum tipo de deficiência, utiliza o cão, segundo informações do próprio Instituto Íris. Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia mostram que há 1,2 milhões de cegos no País, o que significaria 12 mil pessoas com cão guia , mas chegamos perto de 0,2% apenas.


Equoterapia:

A equoteria chegou ao Brasil em 1993. Um dos precursores da técnica é o Dr. Luiz Antônio Arruda Botelho, médico fisiatra da Fundação Selma, uma instituição sem fins lucrativos que oferece tratamento gratuito para pessoas com limitações físicas por meio do contato direto entre homem e animal.

“O tratamento ajuda no equilíbrio do tronco, na musculatura, além de favorecer a integração do atendido”, salienta o médico, que discutirá o tema, juntamente com a fisioterapeuta especialista no assunto, Rebeca Santos, no dia 14 de abril, às 15h, durante o evento.

Além de palestras, a feira contará com atividades práticas envolvendo cavalos. Os animais estarão em um piquete, disponíveis para que os portadores de necessidades especiais conheçam a equoterapia, por meio do contato direto com o animal.


Animais Silvestres:

Outra instituição que estará presente na Reatech 2007 é a Fundação Parque Zoológico de São Paulo, que vem passando por uma profunda reforma, desde o fim do ano passado para receber pessoas com deficiência. O diretor presidente João Batista da Cruz, cita que os sanitários já foram reformados, a fim de facilitar o acesso a cadeirantes. “O próximo passo agora é reformular a entrada e as vias do parque”, continua Cruz.

No ano passado, mais de 8.184 pessoas com deficiência visitaram o zoológico, um média de 682 por mês. Batista espera que este número dobre, depois que toda reforma do parque seja concluída, em 2 anos.

O zoológico também terá um espaço na feira, onde levará informações sobre os animais silvestres e a flora brasileira, a fim de ampliar o acesso e a inclusão social de pessoas com deficiência visuais e de locomoção, ao mundo selvagem.

A feira está na sexta edição e é organizada pelo grupo Cipa - Feiras e Congressos, em parceria com a Revista Nacional de Reabilitação. A expectativa é de receber cerca de 30 mil visitantes durante os quatro dias do evento.


SERVIÇO:

Reatech – VI Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade

Local: Centro de Exposições Imigrantes - Rodovia dos Imigrantes Km 1,5 - São Paulo (SP)

Dias 12 a 15 de abril

Horário: quinta das 13h às 21h; sábado e domingo das 10h às 19h



Fonte: Texto Assessoria de Comunicações