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Maior peixe do mundo está encolhendo, dizem cientistas

Editoria: Vininha F. Carvalho 24/01/2006

Tubarões-baleia (Rhincodon typus) vistos na costa australiana estão ficando menores, dizem pesquisadores. Na última década, o tamanho médio do maior peixe do mundo teria diminuído de 7 metros para 5 metros. Os cientistas acreditam que isso estaria acontecendo por causa da pesca indiscriminada.

Os tubarões-baleia são pescados em países do leste asiático, onde sua carne é apreciada. A espécie está listada como "vulnerável", e pesquisadores do Aims - Instituto Australiano de Ciência Marinha, que analisou dados dos últimos dez anos, afirmam que a tendência "é muito preocupante".


Ecoturismo:

O tubarão-baleia, apesar de ter uma boca de 1,5 metros de comprimento, é dócil e se alimenta de plâncton.

As empresas que fazem passeios de ecoturismo no Ningaloo Marine Park, na costa noroeste da Austrália, catalogam o tamanho, o sexo e a posição de cada um dos tubarões que vêem. "Nós obtivemos as bases de dados e analisamos por um período de dez anos", disse Mark Meekan, do Aims.

"O que vimos foi o declínio no tamanho médio. Se você levar em conta que os tubarões-baleia provavelmente não alcançam a idade reprodutiva até chegarem a seis ou sete metros, a informação é preocupante".

Os tubarões-baleia vivem até 150 anos e podem chegar a 20 metros de comprimento. A maturidade sexual é atingida por volta dos 30 anos. Eles vivem em mares quentes, perto do Equador, incluindo a costa brasileira.

A União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), que reúne 82 países e produz uma lista de espécies ameaçadas, chamada de lista vermelha classifica o tubarão-baleia como espécie vulnerável. "Como muitos outros tubarões, eles são altamente vulneráveis por causa da vida longa e da baixa reprodutividade", afirma Callum Roberts da Universidade de York na Grã-Bretanha, que pesquisou a espécie no Caribe.

"A espécie foi incluída na lista das ameaçadas da CITES - Convenção de Comércio Internacional em Espécies Ameaçadas, mas isto não vai protegê-los se eles forem pescados em Taiwan e consumidos no próprio país", explica. "Os tubarões-baleia estão correndo risco e a redução do tamanho pode ser consequência da captura dos maiores tubarões", acredita Roberts.

Também há indicações de que o número de tubarões-baleia visitando as águas Australianas possa estar diminuindo, outro indício do declínio provocado pela pesca indiscriminada.


Rastreamento :

Os pesquisadores do Aims criaram um programa que monitora alguns tubarões para acompanhar as rotas de migração entre a Austrália, a Ásia e a costa leste da África.

Em dezembro de 2005 um dos transmissores foi localizado na Indonésia, provavelmente em terra, por vários dias, o que levou os pesquisadores a suspeitar que o tubarão tenha sido capturado e o transmissor removido.

Na Ásia, além da carne, as nadadeiras gigantes dos tubarões-baleia são usadas como placas pelos restaurantes que servem sopas de barbatana de tubarão. O óleo do fígado também é aproveitado, assim como a cartilagem, usada tradicionalmente na medicina chinesa.

Mapear as rotas de migração pode ajudar a apontar onde eles estão sendo apanhados. "A maioria das pessoas que fazem isto são pescadores sem outras opções. Se nós soubermos onde eles estão, podemos indicar outras opções muito lucrativas", diz Meekan. A indústria do ecoturismo em Ningaloo movimenta US$ 50 milhões por ano (R$ 115,5 milhões).

Fonte: BBC Brasil