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Ibama aponta falhas no controle de zoológico

Editoria: Vininha F. Carvalho 18/08/2005

O chefe da Divisão Técnica do Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis em Goiás, José Augusto Mota, apontou como principal problema do zoológico de Goiânia o desaparecimento de 311 animais entre 2003 e 2004. Ao participar de audiência da CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito da Biopirataria, Mota disse que não há registros de entrada ou de saída desses animais ou mesmo fichas de necropsia.

Mota informou que, segundo a administração do zoológico, os 311 animais morreram e seus corpos foram enviados para o Museu de Ornitologia, onde seriam empalhados. De acordo com a direção do zoológico, no entanto, as fichas de necropsia foram extraviadas na administração anterior.


Apuração:

O deputado Dr. Rosinha (PT-PR), autor do requerimento para a realização da audiência, questionou se o Ibama foi ao museu verificar a existência desses animais empalhados. O chefe do Ibama respondeu que não e disse preferir que a Polícia Federal faça essa verificação, já que está encarregada do inquérito sobre o zoológico.

Dr. Rosinha afirmou que a investigação do Ibama deveria ter sido completa e que o instituto não poderia ter deixado de enviar representantes ao museu. Segundo o deputado, não há dúvidas de que houve tráfico de animais. Ele anunciou que vai sugerir à CPI que envie parlamentares a Goiânia para avaliar o caso.


Contrato de permuta:

A CPI também ouviu o delegado da Polícia Federal em Goiás Roberto Alves de Castro. Ele relatou irregularidade em um contrato de permuta entre o zoológico de Goiânia e a empresa Serra Azul, de propriedade de Noel Gonçalves Lemes, que é criador de animais silvestres.

Pelo contrato, de 26 de junho de 2003, o zoológico forneceu 20 animais em troca de material de construção, de pagamento de mão-de-obra e de equipamentos de informática. O delegado afirmou que esse contrato é irregular, avaliação que foi contestada pelo chefe da Divisão Técnica do Ibama, para quem a transação foi legal. O funcionário do Ibama apontou, contudo, a falta de registros da saída dos animais que participaram da permuta.


Investigação:

Segundo o delegado, documentos da Polícia Federal também comprovam que o proprietário da empresa Serra Azul comprou animais do zoológico de Brasília (DF). Além da Serra Azul, a PF investiga outros três criadores, que receberiam animais não só do zoológico de Goiânia mas também dos órgãos ambientais que apreendem animais.

Fonte: Agência Câmara